AEL promove seminário sobre o centenário da Semana de Arte Moderna

15 de fevereiro de 2022

Evento contará com debates sobre diversas expressões artísticas, entre os dias 16 e 19 de fevereiro, de forma online e presencial, em parceria com o Centro Cultural Sesc-Glória

A Semana de Arte Moderna, ocorrida de 13 a 17 de fevereiro de 1922, em São Paulo, foi o evento cultural mais importante e influente no campo das artes no Brasil no século passado. Para celebrar o centenário do movimento que inaugurou o Modernismo no Brasil, a Academia Espírito-santense de Letras promove, entre os dias 16 e 19 de fevereiro, o Seminário “Repercussões da Semana de Arte Moderna na Sociedade Brasileira”, em parceria com o Centro Cultural Sesc-Glória.

A programação inclui mesas e debates sobre diversas expressões artísticas relacionadas à Semana de 22, com a participação de escritores, pesquisadores, artistas, professor​es e produtores culturais, reconhecidos dentro e fora do Estado.

Com o objetivo de democratizar o conteúdo do evento e possibilitar a presença de todos os convidados, o seminário vai acontecer em formato misto: nos dias 16, 17 e 18, as atividades serão desenvolvidas das 15h às 18h, com transmissão pelo YouTube do Centro Cultural Sesc-Glória; e no dia 19, de forma presencial, das 10h às 17h, na Sala da Palavra do Sesc-Glória.

O seminário terá início na quarta-feira (16), com a participação remota do presidente da Academia Brasileira de Letras, Merval Pereira, e da presidente da Academia Espírito-santense de Letras, Ester Abreu. No mesmo dia haverá exibição de vídeo do acadêmico Pedro J. Nunes sobre a AEL. O artista plástico capixaba Nenna, radicado na França, fará a exibição do vídeo “Ópera 22”, seguida de mesa sobre o tema “A Semana de 22 na Literatura e na Música” com Francisco Aurelio Ribeiro, Anaximandro Amorim e Gina Denise Barreto Soares, tendo a mediação de Jorge Elias Neto. Ao final haverá lançamento do livro Mutações, de Ester Abreu.

Na quinta (17), o seminário apresenta o tema “A Semana de Arte Moderna nas Artes Plásticas e Audiovisuais”, tendo como debatedoras Almerinda Lopes e Bernadette Lyra, com mediação de Marcos Tavares. Ao final haverá lançamento do livro Poemáqua, de Jô Drummond.

Na sexta (18), a programação vai abordar as influências da Semana de 22 na arquitetura, museologia e fotografia, com mesa composta por Martha Machado, Miriam Mangueira e André Alves, sob a mediação de Romulo Felippe. Ao final serão lançados os livros Rua Araguaia, Rio de Memória, de Ítalo Campos, e No Escuro, Armados, de Marcos Tavares.

O último dia de programação, no sábado (19), vai começar às 10h, na Sala da Palavra, com a mesa “Sem Samba não dá: da Roda ao Carnaval”. Os debatedores serão Aline Dias e Wagner Silva Gomes, com mediação de  Mylena Letícia de Lima Ferro Félix. Às 14h, acontece a mesa “Sem Lenço e sem Documento: a Música Brasileira da Tropicália até os dias atuais”, com Francisco Grijó e Eloá  Eler, e a mediação de Camila Pereira Borges. Em seguida, Jânio Silva  e Fabíola Mazini debaterão o tema “Um Livro de Poesia na gaveta não adianta nada: caminhos da Poesia Contemporânea”, com mediação de Raabe Cesar Moreira Bastos.

O encerramento se dará com o lançamento da antologia de minicontos Sob as Máscaras: Microexpressões da Pandemia, reunindo textos inéditos de diversos autores, produzidos durante a pandemia da Covid-19.

Para a presidente da Academia Espírito-santense de Letras, Ester Abreu, o legado da Semana de 22 permanece atual na cultura brasileira. “A Academia Espírito-santense de Letras, desde a sua fundação, em 1921, consagra seu interesse em realizar festas literárias e artísticas. A Semana de Arte Moderna foi de grande importância para a literatura brasileira e para as artes em geral, pois ajudou a divulgá-las e a solidificar os ideais modernistas, num momento em que o mundo assistia ao fim de uma grande guerra”, afirma a escritora.

Presidente da comissão organizadora do seminário, o acadêmico Ítalo Campos destaca a diversidade da programação. “A programação deste evento representa o espírito da Semana de Arte ocorrida há 100 anos, trazendo uma diversidade de formas de expressão da arte com a presença de personagens, autores e especialistas locais conhecidos dentro e fora do Estado”, detalha.

PROGRAME-SE

Academia Espírito-santense de Letras e Centro Cultural Sesc-Glória apresentam Seminário “Repercussões da Semana de Arte Moderna na Sociedade Brasileira”, em comemoração aos 100 anos da Semana de Arte Moderna.

Quando: 16, 17, 18 e 19 de fevereiro de 2022. 

16/02 (quarta-feira)
Transmissão pelo YouTube do Sesc-Glória

15h – Abertura            
Ester Abreu – Presidente da Academia Espírito-santense de Letras  
Merval Pereira – Presidente da Academia Brasileira de Letras 
Pedro J. Nunes – Exibição de vídeo da AEL
Nenna Ferreira – Exibição do vídeo “Ópera 22”
Mediação: Ítalo Campos  

16h – Mesa Literatura e Música                                                    
Francisco Aurelio Ribeiro
Anaximandro Amorim
Gina Denise Barreto Soares
Mediação: Jorge Elias Neto
Lançamento do livro Mutações, de Ester Abreu

17/02 (quinta-feira)
Transmissão pelo YouTube do Sesc-Glória

15h – Mesa “Artes Plásticas e Audiovisuais”
Almerinda Lopes
Bernadette Lyra
Mediação: Marcos Tavares
Lançamento do livro Poemáqua, de Jô Drummond

18/02 (sexta-feira)
Transmissão pelo YouTube do Sesc-Glória

15h – Mesa “Arquitetura, Museologia, Fotografia”
Martha Machado
Miriam Mangueira
André Alves
Mediação: Romulo Felippe
Lançamento dos livros Rua Araguaia, Rio de Memória, de Ítalo Campos; e No Escuro, Armados, de Marcos Tavares

Dia: 19/02/2022 – sábado

10h – Mesa “Sem Samba não dá: da Roda ao Carnaval”
Aline Dias
Wagner Silva Gomes
Mediação: Mylena Letícia de Lima Ferro Félix

14h – Mesa “Sem lenço e sem documento: a Música Brasileira da Tropicália até os dias atuais”
Francisco Grijó
Eloá  Eler
Mediação: Camila Pereira Borges

16h – Mesa “Um Livro de Poesia na gaveta não adianta nada: caminhos da Poesia Contemporânea”
Jânio Silva             
Fabíola Mazini
Mediação:  Raabe Cesar Moreira Bastos
Lançamento do livro Antologia de minicontos – Sob as máscaras: Microexpressões da Pandemia, de vários autores

SOBRE OS CONVIDADOS E DEBATEDORES

Ester Abreu Vieira de Oliveira - Capixaba, é professora, escritora, autora de livros infantis, didáticos, ensaios, crônicas, memória e poesia. Tradutora, pertence a várias instituições culturais. Atual presidente da Academia Espírito-santense de Letras.

Merval Pereira - Carioca, é jornalista e escritor. Iniciou a carreira de jornalista aos 17 anos. Passou por vários veículos da imprensa em diferentes funções, como gestor, jornalista e repórter. Autor de vários livros. Atual presidente da Academia Brasileira de Letras.

Pedro J. Nunes - Capixaba, é escritor e membro da Academia Espírito-santense de Letras, onde ocupa a cadeira 25. Mantém, há anos, a revista literária eletrônica Tertúlia. É autor dos romances Aninhanha e Menino, e dos livros de contos Vilarejo e outras histórias e A última noite, entre outros livros.

Nenna Ferreira - Artista de nacionalidade franco-brasileira nascido em Vitoria, ex-aluno do Centro de Artes da UFES e responsável pela atualização das linguagens na arte produzida no Espírito Santo; inicialmente, com a instalação urbana “Estilingue”, em 1970; e, em seguida, através de diversas manifestações desenvolvidas até a grande exposição “Meditações Extravagantes”, realizada em 2012, no Museu de Arte do Espírito Santo, com curadoria da professora Almerinda Lopes. Precursor da videoarte no Estado, com a instalação “Taru”, em 1979, na Galeria Homero Massena.  Em 2012 mudou-se para a França, onde reside e produz.

Francisco Aurélio Ribeiro - Nascido em Ibitirama (ES), é professor e escritor. Doutor em Letras, pesquisador da Literatura e História do Espírito Santo.  Foi por vários anos presidente da Academia Espírito-santense de Letras. Hoje é presidente de honra da AEL, na qual ocupa a cadeira de número 6. Publicou dezenas de livros.

Anaximandro Amorim - Capixaba, advogado, professor e escritor. Membro da Academia Espírito-santense de Letras (cadeira 40); da Academia de Letras de Vila Velha (cadeira 12); e do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo. Membro da Associação de Professores de Francês do Espírito Santo. Mestrando em Estudos Literários pela UFES. Tem nove livros publicados. 

Gina Denise Barreto Soares - Capixaba, musicista, doutora em música pela UNIRIO, violoncelista da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo, professora da Faculdade de Música do Espírito Santo e pesquisadora. Residente em Vitória (ES).

Almerinda Lopes - Capixaba, é pós-doutora em Ciências da Arte pela Universidade de Paris (França). Doutora em Artes Visuais pelo Programa de Comunicação e Semiótica (PUC-SP). Mestre em História da Arte pela Escola de Comunicações e Artes (USP). Professora universitária titular (UFES) nos cursos de graduação em Artes (PPGA) e na pós-graduação em Artes e em História (PPGHIS). Pesquisadora de Produtividade do CNPq. Membro do Comitê Brasileiro de História da Arte, da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas e do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo. Curadora de inúmeras exposições (museus e galerias). Premiada pela Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA).

Bernadette Lyra - Capixaba de Conceição da Barra, é licenciada em Letras (UFES), doutora em Artes/Cinema pela USP e pós-doutora na Sorbonne (França). Professora de Literatura e Cinema e criadora do termo “Cinema de bordas”. Escritora com vários livros publicados, finalista do Prêmio Jabuti e finalista do Prêmio Internacional Oceanos em 2020. Membro da Academia Feminina Espírito-santense de Letras e da Academia Espírito-santense de Letras, na qual a cadeira de número 1.

Martha Campos - Arquiteta e urbanista formada pela UFES. Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC São Paulo, com pós-doutorado pela PUC (RJ). Professora dos cursos de graduação e de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Miriam Mangueira - Capixaba, turismóloga, mestranda em Estética e História da Arte, pesquisadora na sua área de estudo. Atualmente reside em São Paulo.

André Alves - Mineiro, mora em Vitória desde a infância. É fotógrafo, professor e pesquisador. Biólogo formado pela UFES, tem mestrado em Multimeios pelo Instituto de Artes da Unicamp. Dedicou-se por 20 anos à fotografia da natureza, publicando Os Argonautas do Mangue: uma etnografia visual dos caranguejos no município de Vitória-ES, Ed. Unicamp, 2004.

Aline Dias - Capixaba, jornalista e escritora. Publicou os seguintes títulos: Vermelho, Além das Pernas e A Única Coisa que Fere é Manhã Pós Amor.

Wagner Silva Gomes - Capixaba, poeta, romancista, professor e educador social. Publicou os romances Classe Média Baixa e Nix: Microfone por Tubos de Ensaio.

Francisco Grijó - Capixaba, professor de Literatura Brasileira, pesquisador, escritor com várias publicações, ativista cultural, ex-secretário de Cultura da Prefeitura de Vitória (ES). Eleito para a Academia Espírito-santense de Letras (cadeira de número 4 - ainda não empossado).

Eloá Eller - Capixaba, instrumentista e poeta. Autora do livro: Elã.

Jânio Silva - Capixaba, escritor, poeta e slamer. Publicou o livro Bonde.

Fabíola Mazini - Capixaba, escritora e poeta. Publicou Rotina dos Ossos.

SOBRE A SEMANA DE ARTE MODERNA:

A Semana de Arte Moderna foi uma manifestação artístico-cultural que ocorreu no Theatro Municipal de São Paulo entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922. O evento reuniu diversas apresentações de dança, música, recital de poesias, exposição de obras - pintura e escultura - e palestras.

Participaram da Semana nomes consagrados do modernismo brasileiro, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brechet, Plínio Salgado, Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos, Tácito de Almeida, Di Cavalcanti e Agenor Fernandes, entre outros.

A Semana de Arte Moderna apresenta-se como a primeira manifestação coletiva pública na história cultural brasileira a favor de um espírito novo e moderno, em oposição à cultura e à arte de teor conservador, predominantes no país desde o século XIX.

Características da Semana de Arte Moderna:

Ausência de formalismo;
Ruptura com academicismo e tradicionalismo;
Crítica ao modelo parnasiano;
Influência das vanguardas artísticas europeias (futurismo, cubismo, dadaísmo, surrealismo, expressionismo);
Valorização da identidade e cultura brasileira;
Fusão de influências externas aos elementos brasileiros;
Experimentações estéticas;
Liberdade de expressão;
Aproximação da linguagem oral, com utilização da linguagem coloquial e vulgar;
Temáticas nacionalistas e cotidianas.

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