É com pesar e consternação que a Academia Espírito-santense de Letras comunica o falecimento da acadêmica Jeanne Figueiredo Billich, ocorrido em 27 de março de 2022, aos 73 anos. Jornalista, advogada, radialista e mestre em História Social das Relações Políticas pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Jeanne Billich era a quinta ocupante da cadeira 07 da AEL, que tem como patrono José Fernandes da Costa Pereira Júnior.
Nascida em 12 de outubro de 1948, no Rio de Janeiro, Jeanne Billich radicou-se no Espírito Santo no início da década de 60. Iniciou a carreira jornalística em 1974, no jornal A Gazeta e, em 1982, passou a atuar como advogada (OAB-3202), conjugando as atividades de jornalista com o exercício da advocacia. Com a inauguração da TV Gazeta em 1976, estreou no veículo televisão apresentando o jornal Hoje, edição local.
Posteriormente, produziu e apresentou diversos programas na TV Educativa e TV Vitória. Nessa última emissora comandou a revista jornalística Espaço Local por 10 anos consecutivos (1989 – 1999) e, a seguir, estreou como âncora no Jornal da TV Vitória. Em 2001, retornou ao veículo de comunicação no cargo de editora-chefe. Estreou no rádio, em 1978, apresentando os noticiosos da Rádio Espírito Santo e, nos anos 80, atuou na Rádio Gazeta AM e, mais tarde, na Rádio CBN.
Em 2000, estreou na mídia eletrônica como colunista do jornal eletrônico seculodiario.com, tendo em paralelo escrito reportagens especiais para as revistas Século e ESSA - Espírito Santo Sociedade Aberta. No período de 2003 a 2012, ocupou o cargo de assessora de comunicação da Fundação Ceciliano Abel de Almeida, instituição de apoio à UFES. Em 2007, passou a brindar os leitores do jornal A Gazeta com crônicas quinzenais repletas de lirismo, criatividade e ironia fina. Em 10 de junho de 2013, foi eleita para a cadeira nº 7 da Academia Espírito-santense de Letras, tendo tomado posse no dia 16 de setembro do mesmo ano.
Ao longo da carreira jornalística recebeu inúmeras premiações, entre elas o título de Cidadão Vitoriense, concedido pela Câmara Municipal de Vitória, Comenda João Santos Filho, Prêmio Capixaba de Jornalismo – 8ª edição e Medalha Eugênio Pacheco de Queiroz.
É autora de diversos artigos e ensaios publicados em sites, coletâneas e livros: A múltipla presença – vida e obra de Amylton de Almeida (biografia, org. Deny Gomes, Ed. Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, 1996); Virando o XXI – ensaio: Terceiro Milênio da Era Cristã (Ed. Multiplicidade, 1999); Escritos do Espírito Santo – ensaio: Fragmentos de memória na Terra do Beija-Flor (Ed. Secretaria de Estado da Cultura, 2002); ensaio: A sociedade do espetáculo: pós-modernismo & mídia (site da AEI – Associação Espírito-santense de Imprensa, 2003); tese de mestrado publicada em livro, com o título: As múltiplas trincheiras de Amylton de Almeida: o cinema como mundo, a arte como universo (Ed. GSA, 2005); Escritos de Vitória, volume 24 – Rádio (2007); e Escritos de Vitória, volume 26 – Vitória, Cidade Ilha (2009); Zeitgeist – Espírito do Tempo (coletânea de crônicas, 2009); e Viajantes da nave Tempo (coletânea de crônicas, 2013).
Por meio desta nota, a Academia Espírito-santense de Letras se solidariza com os familiares e presta esta homenagem à Jeanne Figueiredo Billich por sua nobre contribuição para a cultura do Espírito Santo, com a certeza de que a acadêmica deixou um legado valioso para a compreensão da literatura e da comunicação do nosso tempo.
Clique aqui e assista a uma homenagem em vídeo a Jeanne Billich prestada por Sidemberg Rodrigues.