Maria Bernadette Cunha de Lyra nasceu em Conceição da Barra em 21 de outubro de 1938. Licenciada em Letras pela UFES, é doutora em Artes/Cinema pela USP e pós-doutora pela Universidade René Descartes, Sorbonne - França, 1989. É escritora e professora universitária, nas áreas de literatura e cinema. Foi secretária de Cultura no Espírito Santo. Tem trabalhos publicados em revistas e jornais de todo o país. Obras publicadas: As contas no canto (contos - 1981), O jardim das delícias (contos - 1983), Corações de cristal ou a vida secreta das enceradeiras (contos - 1984), Aqui começa a dança (novela - 1985), A panelinha de breu (romance - 1992), Memória das ruínas de Creta (1997), Tormentos ocasionais, (1998), tradução de Aden, Arábia, de Paul Nizan, A nave extraviada (não-ficção - 1995), O parque das felicidades (contos - 2009), A capitoa (romance - 2014), Fotogramas do Brasil: As chanchadas (não-ficção - 2014), Água salobra (crônicas - 2017), O jogo dos filmes (não-ficção - 2018), Ulpiana (romance - 2019).
Nasceu em Caxias, Maranhão, em 30 de abril de 1929. Advogado, poeta, ficcionista e professor universitário, residente em Vila Velha – ES. Foi político, vereador e prefeito de Vitória. Publicou: Catedral dos vácuos (1955 - Coleção Os Novos – MEC), Clarividências do nunca (1991/1992 – Sul-Americana – Editores, Porto Alegre, 1993), A surdez dos clarões (1993), antologia prefaciada pelo poeta Carlos Nejar; Poetas brasileiros (Coleção Poetas Latino-Americanos - Sul Americana, Editores, Porto Alegre, 1992), Sobras do absoluto (1997), Ladainha do exílio (1997), Além do sonho (Poemas IHGES, 1997), Vento no bambuzal, (Haicais – 1997), O sol das águas (1998), Usina de silêncios (Prêmio Helena Kolody, 1998), Flauta do azul (1999), O inventor de assombros (Contos, Coleção Almeida Cousin, IHGES, 2001), Entre o sonho e o delírio (Vitória, SECES, 2000 - Prêmio capixaba de poesia), Velejador de abismos (Contos - Lisboa: Universitária, 2002), Pelo chão dos sonhos (Vencedor do Concurso Estadual de Contos, 2005. Vitória: Secretaria de Estado da Cultura, 2005). Recebeu, além de outras premiações, a medalha Joaquim Norberto e a medalha José de Alencar, da União Brasileira de Escritores, tendo vencido o Concurso Nacional se Poesia Mário Quintana. Em 2004, participou da antologia organizada por Stella Leonardos, intitulada Perfil Grécia - Poetas do Brasil, em que publicou Haicais gregos. Em 2008, publicou Pelos olhos da infância, poemas premiados pela Secretaria Estadual de Cultura. Recebeu vários prêmios, dentre os quais a medalha Joaquim Norberto, contos, da UBE, Prêmio Jorge de Lima especial do Júri, da Academia Carioca de Letras, 2000, e a Medalha Padre José de Anchieta, poeta e contista pela UBE, em 2000. Em 2011, foi publicado Sob a luz dos sonhos, contos de sua autoria. Berredo de Menezes morreu em setembro de 2015.
Nasceu em Bom Jesus de Itabapoana, RJ, em 6 de março de 1908, tendo residido, da infância ao limiar da adolescência, em São José do Calçado, ES. Diplomou‑se pela Faculdade de Direito do Espírito Santo em 1935, passando a advogar, no ano seguinte, em Cachoeiro de Itapemirim, embora domiciliado na cidade de Castelo, onde fundou o Colégio Estadual João Bley, nele lecionando Português e Latim. Ingressou, por concurso, na magistratura do Estado, em 1949, sendo, em 1963, promovido a desembargador. Exerceu, de 1966 a 1968, a Corregedoria Geral, a vice‑presidência e a presidência do Tribunal de Justiça do Estado e, mais tarde, a presidência do Tribunal Regional Eleitoral. No magistério superior, desde a antiga Faculdade até a UFES, lecionou Direito de Família e Sucessões, Instituição de Direito Privado, bem como Direito de Obrigações, no período de 1964 a 1979, quando se aposentou, época em que foi agraciado com a Medalha de Professor Emérito. O Egrégio Tribunal de Justiça condecorou‑o, quando já aposentado, com o Colar de Mérito Judiciário. É, também, detentor do certificado de Mérito Literário, conferido pela Federação das Academias de Letras do Brasil. Possui o título de Professor Benemérito da Cidade de Castelo, em razão de seu trabalho em prol da causa educacional. Detém diploma de Cidadão Honorário dos municípios de Iúna, Santa Teresa e Afonso Cláudio. Além da Academia Espírito‑santense de Letras, pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, sendo sócio correspondente da Academia Carioca de Letras, bem como das entidades congêneres, Juiz-forana e Bonjesuense. Possui dois livros, ainda inéditos: Discursos e decisões cíveis e Fagulhas da natureza. Publicou poesias nos livros A árvore da mata (1979), publicou Saudação a Augusto Ruschi, ao receber, por seu ingresso na Academia Espírito‑santense de Letras, aquele eminente e saudoso cientista. Faleceu em 26 de novembro de 1996.
Nasceu em Recife, PE, em 12 de novembro de 1881. Bacharelou‑se pela Faculdade de Direito de Recife, em 1906, tendo, em seu Estado, ocupado o cargo de promotor de Justiça nas comarcas de Formosa e Recife. Em 1908, transferindo‑se para o Espírito Santo, logo ingressou no Ministério Público como promotor da comarca de Afonso Cláudio, ocupando, em seguida, os cargos de procurador-geral, secretário de estado, consultor jurídico, lecionando, também, em colégios de Vitória. Ingressou na magistratura vitalícia do Estado em novembro de 1911, e em abril de 1926 era promovido a desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, cujos destinos dirigiu, como seu presidente, em 1936, aposentando‑se, nesse cargo, a 5 de agosto de 1938. Fundou, em 1916, o Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e, em 1930, a Faculdade de Direito do Estado, sendo ali professor de Direito Penal. Publicou: Croquis acadêmicos de bacharelandos (Recife, Jornal Pequeno, 1906), O duelo, separata da revista Cultura Acadêmica (Recife, 1906), Relatório do promotor de justiça da comarca de Guandu (Recife, 1909), Relatório do prefeito municipal do Conselho de Vitória (1910), Questões de limites Minas X Espírito Santo, dois vols. (Vitória, 1915/1917), Projeto de organização administrativa (Vitória, 1916), A Bandeira Nacional (Vitória, 1917), Questões de limites do Espírito Santo, 2 vols. (Vitória, 1918), Discursos e conferências (Vitória, 1919), O território do Espírito Santo (Vitória, 1919), Memorial em defesa do município de Pau Gigante (Vitória, 1919), Ensino de Geografia (trabalho apresentado ao VI Congresso Brasileiro de Geografia, 1919), Antiguidade americana (trabalho apresentado ao XX Congresso Internacional de Americanistas, 1922), Apontamentos históricos, geográficos e etnográficos sobre o Espírito Santo (trabalho apresentado ao VII Congresso Brasileiro de Geografia, 1922), Feriados do Brasil, 3 vols. (Rio, 1927), Anais do VII Congresso Brasileiro de Geografia, organizado pelo presidente da Comissão Executiva (Vitória, 1927), Resumo das questões de limites (Vitória, 1927), Lições de História (trabalho apresentado ao VIII Congresso Brasileiro de Geografia, 1928), Relatório do presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (1929), Razões e pareceres (Vitória, 1929), A colonização do Espírito Santo (Vitória, 1930), Questões de limites interestaduais, contribuição do Espírito Santo à Comissão Especial de Limites (Rio, 1931), Relatório do presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (Vitória, 1933), Projeto de Organização Constitucional (Vitória, 1934), Concurso de matéria penal (Vitória, 1934), Indelinquentes (Vitória, 1935), Personalidade e ideias terrenas (trabalho distinguido com o prêmio Saboia Lima da Sociedade dos Amigos de Alberto Torres, Rio, 1935), Processualística criminal (Vitória, 1936), Projeto de Organização Judiciária (Vitória, 1936), Regimento interno da Corte de Apelação (1936), Vida Judiciária do Espírito Santo (Rio, 1936), Projeto de Organização Judiciária (1936), Periculosidade no projeto do Código Penal (trabalho apresentado ao 1º Congresso Nacional de Direito Judiciário, Rio, 1936), Le Juge e la Loi (tese apresentada ao Congrès de Droit Penal de Atenas, 1937), A Constituição do Estado Novo (Rio, 1938), José Hygino Duarte Pereira (trabalho apresentado ao III Congresso de História Nacional, Rio, 1938), A grafia portuguesa (trabalho apresentado ao 1º Congresso das Academias de Letras e de Intelectuais do Brasil, Rio, 1938), O crime, o criminoso e a pena, 2 vols. 3º edição (Rio, 1938), Efemérides espírito‑santenses (Rio, 1939), Direitos autorais (trabalho apresentado ao II Congresso das Academias de Letras e de Intelectuais do Brasil, Campos, 1939), Estudos brasileiros, em parceria com Francisco Leite (Rio, 1940), De Anchieta a Marcelino Duarte (Rio, 1940), Estatutos Penais (Rio, 1941), Dos crimes contra o patrimônio, VII da série Tratado do Direito Penal (1942), Formação da nacionalidade brasileira (Rio, 1944), Rio Branco, o geógrafo (Rio, 1947), Rio Formoso, 2ª edição, (Rio, 1953), A terra e a gente do Espírito Santo (Rio, 1954), A Geocinética contra a Geopolítica (tese apresentada ao XII Congresso Brasileiro de Geografia, Rio, 1955), A cidade do Rio de Janeiro e suas dúvidas (Rio, 1959), A poliformia de Nabuco (1960), Primitivos colonizadores nordestinos (Rio, 1960), Clóvis Bevilacqua e suas atividades (Rio, 1960), entre outros. Faleceu no Rio de Janeiro em 11 de julho de 1969.
Nasceu em Mangaraí, Santa Leopoldina, em 02/08/1859, e faleceu no Rio de Janeiro, em 16/06/1934. Jurisconsulto, professor de Direito, historiador, conferencista, foi uma das mais ilustres personalidades de sua época. Deixou vários livros e estudos sobre Direito, História, Literatura, Filosofia e Folclore, dentre os quais se destacam: Direito Romano, 2v., História da Literatura Espírito-santense, Compêndio de Sociologia e Crítica, Trovas e cantares capixabas. Político, foi o primeiro presidente republicano do Espírito Santo. Magistrado, presidiu o Tribunal de Justiça. Pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e foi membro fundador da Academia Espírito-santense de Letras. Em seu discurso de posse, em 1923, fez o elogio do patrono de sua cadeira, e traçou o significado que vislumbrava para a novel instituição criada e em que entrava.
Nasceu em Serra, ES, em 16 de junho de 1788. Filho natural do padre Manuel Pinto Ribeiro, “professor de Filosofia na Vitória, a cujo cargo esteve a regência da cadeira de 14 de junho de 1775 a 20 de abril de 1827, época em que a renunciou”. Igualmente como o genitor, Marcelino Pinto Ribeiro Duarte exerceu o magistério, lecionando diversas disciplinas, sendo que, ordenado sacerdote por imposição paterna, teve vida mais mundana do que mesmo de presbítero. No Espírito Santo, foi eleito deputado à respectiva Assembleia, no biênio 1838‑1839. Abandonando a província por atritos políticos com autoridades locais, passou a vigário da freguesia de São Gonçalo, em Niterói, RJ, onde desempenhou cargos de eleição popular, regeu a cadeira de Latim do liceu da mesma cidade, “cargo em que veio a aposentar‑se”. De sua produção poética, numerosa, destacam‑se o poema “Derrota de uma viagem ao Rio de Janeiro em 1817”, dividido em cinquenta e cinco cantos, e algumas poesias consagradas à cidade de Vitória, além de quadras e sonetos inspirados em seus amores. Afonso Cláudio, seu primeiro biógrafo, escreveu que “a individualidade de Marcelino Duarte não teve entre os seus contemporâneos o destaque a que fez jus, unicamente porque ele era superior a todos”. Por serviços prestados à Nação, o imperador Pedro II agraciou‑o com as veneras da Ordem de Cristo e da Rosa, ambas no grau de Cavaleiro. Faleceu em Niterói, no arrabalde de São Lourenço, onde é nome de rua, em 27 de junho de 1860. Afonso Cláudio o comparou ao padre Diogo Feijó e a José Bonifácio de Andrade, afirmando não ser ele mais conhecido nacionalmente por ser capixaba. (In: Elogio histórico do padre Marcelino Pinto Ribeiro Duarte. Pelo desembargador Afonso Cláudio, na sessão de sua recepção na AEL, Tipografia Coelho – Vitória, 29 de novembro de 1924, p. 26 e 27).