Francisco Grijó

4º ocupante

Francisco Grijó, capixaba, escritor, professor de Literatura Brasileira, pai de 4 filhas. Nativo da Ilha de Vitória, em 1962. Como gestor cultural, esteve à frente da Secretaria Municipal de Cultura, em Vitória, entre maio de 2016 até dezembro de 2020. É professor atuante desde 1980. Iniciou-se na literatura através das Oficinas Literárias ministradas pelas professoras Deny Gomes e Neida Lúcia Moraes, em 1982. Publicou, junto a outros autores iniciantes, a coletânea Traços do ofício. A partir de então, assumiu-se escritor e mantém-se na produção literária. Publicou Diga adeus a Lorna Love (contos, 1987); Um outro país para Alice (contos, 1989); Com Viviane ao lado (romance, 1995); Licantropo (contos, 2001); Histórias curtas para Mariana M (romance, 2009); Todas elas, agora (contos, 2013); Os Mamíferos – crônica biográfica de uma banda insular (biografia, 2016); Fama Volat (romance, 2019); Doxa (crônicas, 2021). Em 2022 veio a público a segunda edição do romance Histórias curtas para Mariana M.

 

Aylton Rocha Bermudes

3º ocupante

Nasceu no Distrito de Timbuí, Fundão, ES, em 24 de julho de 1921, filho de Joaquim Vicente Bermudes e Geny Rocha Bermudes. Iniciou e terminou o curso primário na escola isolada, como então se chamava, de sua avó materna, na localidade de Mutrapeba e na escola isolada de Mundo Novo, também distrito de Timbuí. Suas primeiras produções literárias em prosa e verso datam dos tempos de seminário, onde ingressou aos 12 anos de idade e onde adquiriu sólida formação humanística. A partir de 1943, radicou-se em Cachoeiro de Itapemirim, dedicando-se ao magistério secundário como professor de Francês, Português, Latim e Filosofia. Conquistou a cátedra de Francês e Literatura Francesa do Colégio Estadual Muniz Freire, o Liceu, em Cachoeiro de Itapemirim, com a tese La question du Participe, defendida e aprovada em concurso público de provas e títulos, no ano de 1950. Foi diretor do Liceu, Colégio Estadual Muniz Freire. Nessa cidade, colaborou nos jornais Arauto e Correio do Sul, de que foi redator por algum tempo, e fundou o jornal O Momento, com o professor Virgílio Milanez. Tornou parte ativa na vida cultural de Cachoeiro, tendo fundado com os alunos do curso científico do Liceu a revista literária Flama. Exerceu, aí e em comarcas vizinhas, intensa atividade de advogado. Foi procurador judicial da Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim. Em 1964, transferiu-se para Vitória a fim de exercer o cargo de secretário de Interior e Justiça. Lecionou Português e Literatura Portuguesa no Colégio Estadual do Espírito Santo. Publicou Discurso de posse, pela Editora Borsoi, do Rio, na Academia Espírito-santense de Letras, para a qual foi eleito em 1974.  Escreveu artigos e crônicas para o jornal A Gazeta e proferiu palestras e estudos. Exerceu os cargos de procurador do Estado e consultor jurídico do Tribunal de Contas, em que se aposentou. É sócio correspondente da Academia Cachoeirense de Letras. Colaborou com textos em prosa e verso nos livros Torta Capixaba (II) e Escritos entre dois séculos. Participou da comissão de juristas que preparou o anteprojeto da Constituição Estadual de 1989. Membro do Instituo Histórico e Geográfico do Espírito Santo, em cuja revista estampou diversos trabalhos seus. Em 1998, publicou o romance Nos sulcos do tempo, Vitória: Editora Grafer. Ailton Rocha Bermudes faleceu em 10 de março de 2021.

 

Geraldo Costa Alves

2º ocupante

Nasceu em Muriaé, MG, em 03 de outubro de 1919. Diplomado em Direito e em Línguas Neolatinas. Dedicou‑se ao magistério secundário, tendo lecionado Latim e Português em vários educandários, tanto no Espírito Santo como em Brasília. Em 1947, em concurso realizado durante a Primeira Quinzena de Arte Capixaba, sob o patrocínio de todas as entidades culturais do estado, foi eleito o “melhor poeta espírito‑santense”. Autor de inúmeras traduções de poemas em francês, preferentemente de Lamartine, e em castelhano. Verteu para o vernáculo um livro didático de Samuel Reinach. Publicou: Jardim das hespérides (versos, com capa de Raul Pederneiras, Vitória, 1943); Fábulas de Fedro (tese apresentada ao concurso para provimento da cadeira de Latim da Escola Normal Pedro II, Vitória, 1949); Cem quadras (1968); e As árvores (poesias, 1969), além de trabalhos esparsos em jornais e revistas do Espírito Santo. Faleceu em Brasília em 1973.

 

Saul de Navarro

1º ocupante

Saul de Navarro é o pseudônimo de Álvaro Henrique Moreira de Souza, nascido em Santa Leopoldina, ES, em 09 de novembro de 1890. Era filho de Custódio Moreira de Souza, médico e poeta baiano e de Maria Amélia Pedreira de Souza. Começou sua carreira literária em Porto Alegre, onde fez os preparatórios para o curso superior, e publicou seu primeiro e único soneto no jornal dirigido pelo Dr. Pinto da Rocha, em 1907. No ano seguinte, foi para o Rio de Janeiro, residindo em S. Cristóvão, na Av. Pedro II, 174.  Estudou na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro e tornou-se jornalista aos vinte anos, quando se iniciou em Imprensa, em 1910, dirigido por Alcindo Guanabara, o Príncipe dos Jornalistas brasileiros. Foi redator do diário A Razão, mais tarde de O Brasil, da Gazeta de Notícias, O Dia, A Notícia, todos do Rio de Janeiro, e foi colaborador das revistas Ilustração Brasileira, Revista da Semana e Revista do Brasil. Também colaborou na revista ibero-americana Estirpe, publicada em espanhol, no Rio de Janeiro e em A Raça, publicada em São Paulo. No exterior, foi colaborador das Revistas Nuestra America, de Buenos Aires, Hero, de Cuba, America Latina, do Equador e Plumadas, da Venezuela. De 1925 a 1930, foi delegado fiscal do Tesouro em Vitória. Destituído do cargo por ocasião do movimento revolucionário de 1930, teve ajuda financeira do português José Bento para sair de Vitória, para onde nunca mais voltou, e regressar ao Rio. Passou três anos de muita dificuldade, mas em 1933, foi nomeado em comissão para um cargo em Londres, ficando lá por três anos e três meses, só voltando ao Brasil em dezembro de 1936. Nesse período, visitou Portugal e outros países da Europa, fez conferência em Coimbra sobre literatura brasileira e publicou um livro em francês, traduzido do português por Maurwell, pelas edições Mazarines de Paris, em 1936.

Autor de produção seleta, copiosa, dedicou‑se à divulgação de nomes de figuras e obras da cultura ibero‑americana, não só no Brasil, como em outros países do continente, por meio de artigos, estudos e conferências, que estampou, fartamente, em jornais, revistas e livros. A Academia Espírito‑santense de Letras, onde foi recebido, como membro efetivo, em sessão solene de 24 de junho de 1925, como primeiro ocupante da cadeira 04, deve parte considerável de sua preciosa biblioteca, inaugurada em 1947, a Saul de Navarro, o pseudônimo que o tornou conhecido, doação de sua esposa, Isaura Fonseca Moreira de Souza, feita após o seu faleci­mento, ocorrido no Rio de Janeiro, em 27 de novembro de 1945. Publicou:  Visões do século (crônicas, 1916), Prosas rebeldes (crônicas,1922);  O elogio do berço e de um ritmo (1925);  O espírito ibero‑americano (1928); Símbolos e figuras (1929); Teixeira Lopes e sua estética dos símbolos (1929); A vida em sonho (1933); Rapsódia brasileira, conferência Proferida na Faculdade de Direito de Coimbra (1934); La danse des symboles (1936); O segredo de Portugal (1938); e O mundo que vai nascer (1944); dentre outros títulos. Conforme o necrológio publicado no jornal A Noite, do Rio de Janeiro, em 28/11/1945, além desses títulos, deixou em preparo: Sinfonias de Londres, Almas e paisagens ingleses, O leilão do diabo, Trilogia americana, Síntese da Europa (impressões de viagens), Um mês fora da vida, Buda, Platão e Jesus, Evangelho de Maria, Imitação de Francisco de Assis.

 

Ulisses Teixeira da Silva Sarmento

Patrono

Nasceu em Vitória, ES, em 30 de junho de 1875. Militar, matemático e poeta parnasiano. Conforme Afonso Cláudio, “foi um artista da palavra, um observador sincero da natureza, um espírito afeito à disciplina do estudo, uma inteligência tão límpida quão pundonorosa e modesta” (In: História da Literatura Espírito-santense, 1981, p.339). Publicou: Clâmides (Fortaleza, 1894); Torturas do ideal (Rio de Janeiro, 1900); Contemplações (1902) e A voz da natureza (1923), todos de poesias. Junto com Colatino Barroso, dirigiu a Revista de Arte e Filosofia.  Faleceu no Rio de Janeiro, em 16 de junho de 1923, aos 48 anos de idade.

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