Carlos Nejar

3º ocupante

Luiz Carlos Verzoni Nejar nasceu em Porto Alegre, RS, em 11 de janeiro de 1939 e radicou-se no seu Paiol da Aurora, em Guarapari, ES. Membro da Academia Brasileira de Letras, é considerado um dos trinta e sete escritores-chave do século, entre trezentos autores memoráveis, compreendidos de 1890 a 1990, segundo ensaio do crítico suíço Gustav Siebenmann, Poesía y poéticas del siglo XX en la América Hispanica y el Brasil(Ed. Gredos, Biblioteca Romântica Hispânica, Madri,1997). Nejar figura com uma voz emblemática e universal, de original e abundante produção lírica. A publicação Quarterly Review of Literature, de Princeton, Nova Jersey (EUA), em seu cinquentenário, acabou escolhendo o poeta como um dos grandes escritores da atualidade. Único representante brasileiro indicado pela influente revista americana, é colocado no mesmo patamar do espanhol Rafael Alberti e do francês Yves Bonnefoy, entre cinquenta autores selecionados. Publicou, entre outros volumes, Livro de Silbion(1963), O campeador e o vento(1966), A árvore do mundo(1977), O chapéu das estações(1978), Os viventes(1979), Um país, o coração(1980), Obra poética I(1980), Livro de Gazéis(1983), Memórias do porão(1985), Elza dos pássaros ou a ordem dos planetas(1993), Simón Vento Bolívar(bilíngue, espanhol-português, trad. Luis Oviedo, 1993), Aquém da infância(1995), Os dias pelos dias(Ed. Top­books, 1997, Rio), Sonetos do paiol, ao sul da aurora(Ed. LP&M, 1997, Porto Alegre), todos de poesia. Editou a rapsódia sobre o Brasil, A idade da aurora(1990). Suas antologias foram: De Sélesis a danações(Ed. Quíron, São Paulo, 1975), A genealogia da palavra(Ed. Iluminuras, São Paulo, 1989), Minha voz se chamava Carlos(Unidade Eleitoral-Prefeitura de Porto Alegre, RS, 1994), Os melhores poemas de Carlos Nejar, com prefácio e seleção de Léo Gilson Ribeiro (Ed. Global, São Paulo, 1998). Romancista de talento reconhecido pela ousada inventividade, ventila as estruturas tradicionais do romance com a cristalização de estados da alma. Estilo marcante na novela Um certo Jaques Netan(1991) e em O túnel perfeito(1994), este último escolhido pelo Jornal do Brasilcomo um dos dez melhores romances do ano. Em 2011 Carlos Nejar publica a extraordinária obra História da Literatura Brasileira: da carta de Caminha aos contemporâneos, construído por meio de uma análise erudita. É membro da Academia Brasileira de Letras.

 

José Coelho de Almeida Cousin

2º ocupante

Nasceu em Sacramento, MG, no Triângulo Mineiro, em 15 de dezembro de 1897. Diplomou‑se em Farmácia (Ouro Preto, 1920) e em Ciências Jurídicas e Sociais, na cidade de Vitória, em 1936. Redator da revista Vida Capichaba, colaborou, assiduamente, em toda a imprensa do Espírito Santo, sempre com merecido destaque. No Rio de Janeiro, onde residiu, também militou no jornalismo. Professor aposentado (História) do Colégio Pedro II, lecionou, como catedrático, Química Analítica na Faculdade de Farmácia e Odontologia de Vitória, e, por concurso, no Ginásio do Espírito Santo (História) e no Liceu Nilo Peçanha, em Niterói (História e também Literatura, do Curso Complementar Pré‑jurídico). Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, do PEN Clube do Brasil, foi ainda correspondente de outras entidades culturais do país. Publicou, além de teses de concursos, crônicas, ensaios e conferências, os seguintes títulos: Itamonte (epopeia brasilista, em duas edições, Rio de Janeiro, Editora Pongetti, 1932 e 1958); Naufrágios (poemas, em duas edições, 1937 e 1984); O amor de Don Juan (poema lírico, Vitória, 1938); Odes de Anacreonte (edição bilíngue, original grego e tradução do autor, Rio, INL/Pongetti, 1948, com mais três edições, 1948, 1966 e 1983); Poemas da terra e da vida (Rio, Pongetti, 1956 e segunda edição, Vitória, Fundação Ceciliano Abel de Almeida, 1983); A sagração da mulher (tradução de Vitor Hugo, pelo centenário de La légende des siécles, Rio, Pongetti, 1958); Cartões a Lálace (em duas edições, 1932 e 1984); Lições de Química (Rio, Livraria Francisco Alves, 1937); Primeiros estudos sobre a matéria corante da Ipomeia roxa ‑ Suas relações com o PH (monografia, Vitória, Vida Capichaba Editora, 1934); A olioca, combustível espírito‑santense (tese, com confirmações de laboratório, para o 2º Congresso Brasileiro de Química e o 3º Congresso Sul‑Americano de Química, realizados ambos no Rio de Janeiro, em 1937); O Cristianismo em face do Império Romano e questões relacionadas com o ensino de História (teses de concurso para o Ginásio do Espírito Santo, Vitória, Vida Capichaba Editora, 1930); Influências políticas e econômicas na literatura (teses de concurso para o Liceu Nilo Peçanha, Niterói, 1939); Os Baixos dos Pargos, primeiro limite do Espírito Santo (Rio de Janeiro, Jornal do Comércio, em vários números de 1969); Memórias de cem anos (Rio de Janeiro, Livraria Editora Cátedra, 1975); Cartas antigas (poemas, Rio de Janeiro, Editora Itambé, 1978); Troveirinho (Rio de Janeiro, Editora Cátedra, 1979); Cem anos de memórias (Rio de Janeiro, Editora Cátedra, 1979); Meu livro de crianças (Rio de Janeiro, Achiamé, 1980); e Aiamor (contos, Vitória, Fundação Ceciliano Abel de Almeida, 1986). Morreu em 11 de Março de 1991, no Rio de Janeiro.

 

Luiz Adolpho Thiers Velloso

1º ocupante

Nasceu em Santo Amaro, na Bahia, em 14 de junho de 1872. Filho do desembargador Luiz Manoel Mendes Velloso e Quitéria de Abreu Velloso. Iniciou e concluiu o curso primário na Bahia, onde também fez as primeiras séries do curso ginasial, que terminou em São Paulo. Ali bacharelou-se, tendo, como acadêmico, se destacado no apoio que a mocidade prestou a Floriano, que então representava, naquele momento histórico, a bandeira da república. Se muitos outros títulos não viessem posteriormente coroar-lhe a carreira de homem público, o valoroso sargento do Tiro Acadêmico Paulista teria com essa atitude definido sua personalidade varonil. Quem, ao compulsar a história da nossa jovem república, logo se encontra com a figura imortal do bravo soldado que sustentou pelos cabelos o novo regime, ameaçado interna e externamente, chega à conclusão de que foi a mocidade estoica e destemida da época, com o seu apoio levado desde os entusiasmos oratórios da praça pública até as trincheiras, quem decidiu dos destinos incertos de 89. Thiers Velloso compartilhou dessa luta memorável e fê-la, sem vacilações, até a vitória decisiva do invicto marechal. Foi o primeiro juiz de direito da comarca de Santa Teresa, de cujo cargo se demitiu para ingressar na advocacia, de que era cultor apaixonado. Em campanhas cívicas de relevo foi por duas vezes eleito deputado estadual, tendo tido, numa dessas legislaturas, a brilhante atuação de líder. O articulista, porém, que fundou o Comércio do Espírito Santo, o Diário da Tarde e A Gazeta, que vitoriosa lhe sobrevive, foi antes de tudo um espírito voltado para as mais altas concepções do direito, que o fascinavam. Seus trabalhos sobre a Regulamentação do art. 6º da Constituição de 91 (Rio de Janeiro, Relatório geral dos trabalhos do Primeiro Congresso Jurídico brasileiro, 1908), O divórcio e O habeas corpus, são verdadeiras lições que honram qualquer mestre do direito. Publicou: Lei e direito do cheque (1919) e Dicionário do Código Civil (Rio de Janeiro: Tipografia do Anuário do Brasil, 1925). Tese de concurso: O moderno Processo Civil: Processo oral - A Constituição e o Júri, 1920. Faleceu em 27 de agosto de 1930.

 

Francisco Antunes de Sequeira (filho)

Patrono

Nasceu em Vitória, ES, em 03 de fevereiro de 1832, recebendo ordens de presbítero secular em 13 de novembro de 1854. Dedicou‑se, desde os tempos de seminarista, ao magistério, conquistando, no púlpito, fama de orador, mesmo antes de ordenado sacerdote. Retornando a Vitória em 1855, “peregrinou pelas vigararias de várias paróquias, fixando‑se afinal, em Vitória, onde foi professor de Latim no Ateneu Provincial, de 1877 a 1892, tendo antes lecionado, no Instituto Nossa Senhora da Penha, Português, Geografia e História do Brasil, de 1870 a 1876. Continuando na província a justificar a auréola que adquirira no púlpito, sabe‑se ter sido ele o sacerdote capixaba que maior número de sermões proferiu; “entretanto, fosse pela indiferença peculiar aos pequenos centros de vida intelectual, fosse por qualquer outro motivo, apenas três ou quatro tiveram publicidade pela imprensa”. Publicou: Poemeto descritivo sobre a província do Espírito Santo (Vitória, 1884); Tratados sobre a ortografia e sintaxe latina (1887); Alocução comemorativa da extinção da escravatura (1888); Alocução dirigida ao bispo Dom João Nery (1897); Esboço histórico dos costumes do povo do Espírito Santo (1893, reeditado em 1944). Faleceu em Vila Velha, ES, em 29 de novembro de 1897.

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