Ester Abreu Vieira de Oliveira nasceu em Muqui, em 31 de janeiro de 1933, filha de Ataulfo Vieira de Almeida e de Maria da Penha Abreu Vieira. Escritora, atua nas áreas de teatro, poesia e narrativa das literaturas brasileira e hispânica e é membro voluntário do colegiado do PPGL/UFES – Mestrado e Doutorado. Tem publicações de: poesia, ensaio, crônica, memória, infantil, didático, traduções e discurso. Terminou o ginásio e o normal em Muqui. Foi professora primária e secundária e é professora emérita da UFES. Graduada em bacharelato e licenciatura em Letras Neolatinas (Vitória, UFES). Especialista em Filologia Espanhola (Madri), com o texto: “Estudio comparativo de la sintaxis verbal portuguesa y española con especial atención al uso brasileño”. Especialista em Português Superior – Universidade de Lisboa. Mestrado em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, com a dissertação: “Alguns aspectos do possessivo português em confronto com o espanhol”. Doutorado em Letras Neolatinas – Língua Espanhola e Literaturas Hispânicas, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com a tese: “O mito de don Juan: suas relações com Eros e Thanatos”. Pós-doutorado em Filologia Espanhola - UNED (Madri), com a tese: “Para una lectura del teatro actual: Estudio de PANIC de Alfonso Vallejo”. Pertence também à Academia Feminina Espírito-santense de Letras, cadeira 31, ao Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, à Associação de Professores de Espanhol do Espírito Santo (membro fundador), à Associação Brasileira de Hispanista (membro fundador), à Asociación Internacional de Hispanista, à Asociación Internacional de Teatro Español y Nuevohispano de los Siglos de Oro, a conselhos editoriais no Brasil e no exterior. Participou como integrante de comissões culturais estaduais, municipais. Recebeu várias homenagens, condecorações e prêmios por sua atuação profissional e literária no Brasil e no Exterior. Faz parte de comissão científica de congressos internacionais, brasileiros e locais. Tem coordenado e organizado congressos, publicações de antologias e feito parte de bancas acadêmicas (de concursos, de exames de Especialização, de Mestrado e de Doutorado) em universidades brasileiras. Em janeiro de 2020 assumiu a presidência da Academia Espírito-santense de Letras.
Roberto Leite Ribeiro Almada nasceu em Juiz de Fora em 1935 e morreu em Vitória em 22 de março de 1994. Em 1985, obteve o primeiro lugar no Concurso Literário Permanente do Espírito Santo, com o livro de poesias O país del rey e a casa imaginária, publicado pela FCAA/UFES, em 1986. Publicou, ainda: Dissertação sobre o nu, poemas, 1990; Elegia de Maiorca, poemas, 1991; O livro das coisas, poemas, 1992; Faces de seda, contos, 1993; O doente disfarçado e outros poemas, 1997. O professor Geraldo Matos, professor da UFES, estudou a obra de Roberto Almada, publicando, pela EDUFES, em 1997, o livro A poesia A(l)mada, trabalhando de forma minuciosa as informações do poeta Roberto Almada, situando o leitor historicamente até chegar ao conteúdo da obra. Além disso, o poeta deu nome a uma coleção da Prefeitura Municipal de Vitória destinada a divulgar a obra e a vida de escritores capixabas: De folhas versadas: Roberto Almada, com seleção, notícia biográfica e estudos da professora da UFES Deny Gomes, é o título com que a coleção é lançada.
Elmo Elton Santos Zamprogno nasceu em Vitória, ES, em 15 de fevereiro de 1925. Fez os cursos primário e secundário em sua cidade, tendo cursado jornalismo na Faculdade Nacional de Filosofia, Rio de Janeiro, onde residiu de agosto de 1949 a janeiro de 1980. Colaborou, desde ginasiano, na melhor imprensa de seu Estado. Publicou: Marulhos, poemas, Vitória, Oficinas da Vida Capichaba, 1946; Dona saudade, poemas, Rio, Edições Mauá, 1952; Heráldicos, sonetos, em duas edições, 1951/1969; O noivado de Bilac, ensaio, Rio, Organização Simões, 1954; Áurea Pires da Gama ‑ perfil de uma poetisa angrense, Rio, edição do Ateneu Angrense de Letras e Artes, 1974; Cantigas, trovas, Rio, Gráfica Olímpica Editora, 1976; Poemas, idem, 1976; Amélia de Oliveira, biografia, Rio, Gráfica Olímpica Editora, 1977; A família de Alberto de Oliveira – Os Mariano de Oliveira, idem, 1978; Poetas do Espírito Santo, coletânea, edição patrocinada pela Fundação Ceciliano Abel de Almeida/UFES e pela Prefeitura de Vitória, 1982; Anchieta, sonetos, coedição do Conselho Estadual de Cultura e do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, 1984; Tipos populares de Vitória, Vitória, Fundação Ceciliano Abel de Almeida, 1985; Logradouros antigos de Vitória, Vitória, Instituto Jones dos Santos Neves, 1986; e Velhos templos de Vitória & outros temas capixabas, Vitória, Conselho Estadual de Cultura/ SEDU, 1986. Sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e da Associação Espírito‑santense de Imprensa, pertenceu, também, na categoria de membro correspondente, às seguintes instituições culturais do país: Academia Amazonense de Letras; Academia Paraense de Letras; Academia Piauiense de Letras; Academia Cearense de Letras; Academia Norte‑Riograndense de Letras; Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro; Academia Mato‑grossense de Letras; Academia Sulmatogrossense de Letras; Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, dentre outras. Faleceu em 24 de janeiro de 1988.
Nasceu em Anchieta, ES, em 28 de janeiro 1897. Bacharelou‑se pela Faculdade de Direito da Bahia, em 1918. Iniciou‑se como advogado, e, logo depois, como juiz municipal do Termo de Santarém, comarca de Taperoá, na Bahia. Retornando ao Espírito Santo, em 1921, ingressou, no ano seguinte, no Ministério Público, exercendo a promotoria nas comarcas de Rio Pardo e Colatina. Em março de 1924 era nomeado chefe de polícia do estado, cargo que desempenhou até novembro daquele ano, quando foi nomeado juiz de direito de Colatina, passando depois a exercer a judicatura nas comarcas de Cachoeiro de Itapemirim e Vitória, sendo, em 1950, promovido a desembargador. No Tribunal de Justiça foi eleito sucessivamente corregedor-geral (1950), vice‑presidente (1952) e presidente do mesmo órgão (1961), tendo ocupado, também, a presidência do Tribunal Regional Eleitoral. Professor de Direito Judiciário Penal na Faculdade de Direito do Estado, lecionou, ainda, em vários educandários de Vitória. Exerceu a presidência da Academia Espírito‑santense de Letras, de 1941 a 1963. Secretário-geral e presidente, por muitos anos, do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, da Associação Espírito‑santense de Imprensa e da Associação dos Juristas do Espírito Santo, de que foi fundador, ali exercendo a presidência por mais de 15 anos. Delegado do Espírito Santo junto à Federação das Academias de Letras do Brasil. Homem de sérios estudos, conhecedor de tratados de Direito, de Filosofia, de Literatura, sabia, em palestra com os amigos, disfarçar sua vasta cultura. Assinando artigos para a imprensa, ninguém o imaginaria um polígrafo. Era apenas o risonho cronista Beneventino, pseudônimo que o tornou conhecido e admirado por todos. Nas crônicas que publicou em jornais e revistas de Vitória, e foram tantas, ressalta‑se o comentarista leve, sutil, quer focalizando ocorrências do cotidiano, quer retratando esta ou aquela figura ou mesmo relembrando cenas de que foi testemunha. Publicou: Memória histórica do município de Santarém, 1921; A técnica dos julgados, 1931; Anatomia e fisiologia do Direito, 1936; Elementos de Direito Judiciário Penal, 1941; Oração aos estudantes no Dia da Bandeira, 1942; Aspectos do Espírito Santo ‑ História e Literatura, 1942; A Casa do Espírito Santo ‑ IHGES; Academia Espírito‑santense de Letras, resenha histórica, Vitória, Oficinas da Vida Capichaba, 1945; Rui Barbosa e seu tributo à poesia, conferência, 1948; O Direito como ideia e sentimento, aula inaugural, 1948; Polícia judiciária, em duas edições, 1928/1934; Vida judiciária Espírito‑santense, 1951; Ementário do júri, 1949; Visões do passado, 1951; As Constituições do Espírito Santo, 1951; Poder Legislativo Espírito‑santense, 1951; Provimento geral da corregedoria, 1952; Caxias – o magistrado, conferência, 1953; Na presidência do Tribunal de Justiça, 1955; Aspectos da realidade brasileira, oração de paraninfo, 1956; Oração à Justiça no Dia da Justiça, 1962; Datas e dados da vida judiciária do Espírito Santo, 1963; Velhas togas Espírito‑santenses, 1964; Direito à vida na vida do Direito, aula inaugural, 1964; Filosofia da ação rotária, 1964; Primeiro quinquênio da Universidade, oração comemorativa, 1966; Micrólogos, 1969; O Estado do Espírito Santo e os espírito‑santenses, Rio, 1971, e O Espírito Santo ‑ uma síntese, 1977. Faleceu em Vitória, em 06 de junho de 1979.
Afonso Cláudio de Freitas Rosa nasceu em Santa Leopoldina, Mangaraí, ES, em 02 de agosto de 1859. Cursou as primeiras letras em sua província, fez os estudos de nível secundário, em parte, no Colégio das Neves, no Rio de Janeiro, de propriedade de Manoel Ferreira das Neves, latinista espírito‑santense, concluindo‑os no Ateneu Provincial, em Vitória. Em 1878, aos 19 anos, seguiu para Pernambuco, matriculando-se na Faculdade de Direito de Recife. Tendo em vista que a Faculdade de Direito de São Paulo era menos distante do Espírito Santo, para lá se transferiu, mas, dois anos depois, retorna a Pernambuco, para a mesma Faculdade, diplomando‑se em 1883. Em 1883, já residindo em Vitória, logo se enfileirou entre aqueles que, em nosso meio, mais pugnavam pelo abolicionismo. Fundou, assim, a Sociedade Libertadora Domingos Martins, juntamente com Aristides Freire, Cândido Costa, Cleto Nunes, Francisco Escobar, Moniz Freire e Poggi de Figueiredo. Foi, dentre os nossos defensores da Abolição, o mais atuante. Assinada a Lei Áurea, Afonso Cláudio se engaja noutra campanha de reivindicação social: a republicana. Aliando‑se aos componentes do Clube Republicano de Itapemirim, comandado por Antônio Gomes Aguirre e Bernardo Horta de Araújo, dedicou‑se à propaganda na capital e no norte da província, tudo fazendo no sentido de incentivar e congregar a população em torno da campanha cívica. Proclamada a República, foi escolhido para primeiro presidente do Espírito Santo, já que era a pessoa de maior responsabilidade no movimento republicano. Decorridos os dez primeiros meses de seu laborioso governo, viu‑se atingido por visível esgotamento nervoso, transferindo, assim, as rédeas do governo a seu substituto legal. Reorganizado o Tribunal de Justiça do Estado, ali exerceu a presidência, como desembargador, aposentando‑se em 1920, quando transferiu residência para o Rio de Janeiro, aí advogando ao lado de Coelho Lisboa e de seu filho Alarico de Freitas. Afonso Cláudio já havia completado 65 anos de idade quando ingressou no magistério, passando a lecionar Direito Romano na Faculdade de Direito de Niterói. Nenhum outro escritor espírito‑santense nos legou obra mais ampla, mais meditada, mais duradoura, na qual se destacam trabalhos de Direito, de História e Crítica, de Sociologia e Etnografia, tendo publicado os seguintes títulos: A Insurreição do Queimado, 1885, edição d’ A Província, Vitória; História da Literatura Espírito‑santense, 1913, edição do Comércio do Porto; História da propaganda republicana, 2002; Biografia do Dr. João Clímaco, Rio de Janeiro, 1902, edição do Instituto Profissional; Bosquejo biográfico do Dr. Clóvis Bevilacqua, 1916, edição do Instituto Histórico do Ceará; As tribos. Negros importados e sua distribuição no Brasil. Os grandes mercados de escravos, edição do Instituto Histórico do Rio de Janeiro, 1914; Comentário à Lei da Organização Judiciária do Estado do Espírito Santo, 1894; Guia oficial do registro civil, 1917, edição do Diário da Manhã; Consultas e pareceres, 1919, edição da Empresa das Artes Gráficas, Vitória; Estudos de Direito Romano (1º volume), 1916, edição do Jornal do Comércio do Rio de Janeiro; Da retenção do cadáver do devedor em garantia do direito creditório, entre os romanos (tese de concurso), 1916, edição de Besnard Frères, Rio de Janeiro; Filosofia do Direito, Rio de Janeiro, Tipografia do Jornal do Comércio, 1912, 50 p.; Do domínio e sua evolução no direito antigo e moderno, 1920, edição da Revista de Direito, abril de 1922; Da exterritorialidade das leis reguladoras do Estado e da capacidade das pessoas. Do divórcio e da conversão das sentenças de separação de corpos em dissolução do vínculo matrimonial, na jurisprudência internacional, 1916, edição de Besnard Fréres, Rio de Janeiro; Gênesis da obrigação jurídica; Do verdadeiro suporte psicológico da obrigação jurídica, edição do Jornal do Comércio, Rio de Janeiro, 1921; Conferência feita no Centro Espírito‑santense no 97º aniversário do martírio de Domingos Martins, Rio de Janeiro, 1914, edição da Revista Sciencias e Letras; Discurso pronunciado na colação de grau dos bacharéis do Instituto Universitário, 1915, edição da mesma revista; Discurso proferido no centenário do fuzilamento de Domingos Martins, Vitória, 1917, edição do Diário da Manhã; Conferência sobre a expressão do ideal no paganismo e no cristianismo, edição das Artes Gráficas, Vitória, 1918; Trovas e cantares capixabas, 1923, edição da Papelaria Santa Helena, Rio de Janeiro. Faleceu no Rio de Janeiro em 16 de junho de 1934.