Permita-me contar sobre o lugar que chamo de lar: Conceição de Castelo, uma cidadezinha no interior do Espírito Santo. O tempo parece desacelerar entre suas ruas de paralelepípedos e casinhas, onde as histórias ganham vida. O sol nasce por trás dos picos, pintando o céu com tons de rosa e dourado, enquanto a cidade desperta aos poucos.
A antiga igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição ergue-se como uma guardiã das memórias. Na Praça Central, o coração de nossa comunidade, as crianças brincam, e os adultos trocam assuntos e contam casos, como se o tempo nunca tivesse avançado. As montanhas que cercam a cidade são testemunhas silenciosas das histórias que se desenrolam ao longo dos anos.
Os mais velhos lembram dos tempos em que a agricultura era a base da economia local, enquanto os jovens olham para o futuro com esperança, buscando uma nova forma de sustento que respeite a tradição e a natureza. Nas tardes quentes, as cachoeiras e os riachos convidam os moradores a mergulhar em suas águas cristalinas, proporcionando momentos de lazer e criando memórias.
Aqui, todos nós nos divertimos juntos, é como uma grande família unida, nossas festas são momentos de celebração e alegria. A Festa do Sanfoneiro com seu animado concurso de sanfona traz música e dança, ninguém por aqui perde! Já a Portugália nos conecta com nossas origens e fortalece nossos laços com a nossa herança cultural.
À medida que o sol se põe atrás da colina, a quietude da noite envolve a cidade. O céu estrelado fica mais próximo, como se os segredos do universo fossem sussurrados a quem se dispõe a ouvir. Ruas vazias contam histórias de paixões, encontros e desencontros, enquanto as luzes das casas se apagam uma a uma.
A cidade é um testemunho vivo da força das tradições e da importância de preservar a essência de um lugar mesmo com as transformações do mundo moderno. Tenho a sorte de chamar este lugar de meu lar e sempre serei grata por dizer que aqui é “o lugar onde vivo”.
Era uma manhã ensolarada quando decidimos passar um dia no sítio da minha família. O ar fresco e o cheiro da natureza nos envolviam assim que chegamos. O sítio era um refúgio tranquilo, longe da agitação da cidade, e sempre nos proporcionava momentos especiais.
Ao descer do carro, fomos recebidos pelo latido dos cachorros, que corriam ao nosso encontro. Seguimos por um caminho de terra rodeado por árvores frondosas, cujas folhas balançavam suavemente ao sopro do vento. O canto dos pássaros parecia uma sinfonia alegre que nos guiava pelo trajeto.
Chegamos à casa principal, uma construção rústica e acolhedora. A varanda espaçosa convidava a sentar e apreciar a vista deslumbrante. Avistávamos as montanhas ao longe e os campos verdes que se estendiam até onde a vista alcançava.
Decidimos explorar o sítio e suas redondezas. Caminhamos pelas trilhas, observando as plantações de frutas e vegetais. As cores vibrantes das flores enchiam os nossos olhos e o aroma era simplesmente delicioso. Colhemos alguns morangos maduros e provamos o sabor doce e suculento diretamente do pé. Era um verdadeiro deleite.
Mais tarde, decidimos fazer um piquenique à beira do lago. Espalhamos uma toalha xadrez sobre a grama macia e abrimos a cesta repleta de quitutes. O lago sereno refletia o céu azul e convidava a um mergulho refrescante. Pulamos na água cristalina, rindo e brincando como crianças.
Após algumas horas de diversão na água, voltamos para a casa para descansar um pouco. Sentamo-nos em cadeiras de balanço na varanda, apreciando a brisa suave que nos acariciava o rosto. Ouvíamos os grilos cantando enquanto o sol se punha lentamente no horizonte.
A noite caiu, e com ela veio um céu estrelado deslumbrante. Sentados ao redor de uma fogueira, contamos histórias e rimos juntos. O calor do fogo nos aquecia, enquanto o som dos insetos noturnos nos embalava.
Finalmente, chegou a hora de voltar para casa. Embora estivéssemos cansados, nossos corações estavam cheios de memórias preciosas desse dia no sítio. Sabíamos que aquele lugar especial sempre estaria ali, esperando por nós para mais aventuras e momentos de conexão com a natureza.
Viver em um lugar onde se sente um vazio por dentro pode ser um desafio constante, é nesse cenário que a crônica se passa, explorando a jornada de alguém perdido no tempo e em busca de paz.
No pequeno bairro onde moro, a sensação de incerteza paira no ar. As ruas são testemunhas de segredos guardados e erros repetidos, os rostos conhecidos, porém distantes, são apenas reflexos desse sentimento de solidão que permeia o cotidiano.
O ritmo da vida segue seu curso enquanto alguns se escondem em busca de fuga, por vezes, é necessário encontrar refúgio para afastar o peso desse vazio que nos consome, assim como um pássaro que encontra abrigo em seu ninho, procuramos um lugar para nos esconder das sombras que nos perseguem.
Mas, mesmo diante dessa busca incessante, o tempo continua a passar, é como se estivéssemos presos em uma dimensão paralela, sem saber para onde ir, a voz da razão é abafada pelos pensamentos confusos que nos envolvem, enquanto nos sentimos cada vez mais perdidos, a nostalgia nos invade, relembrando os dias que se foram.
Os dias passam como fragmentos congelados, incapazes de se movimentarem ao ritmo dos gringos, enquanto a vida lá fora continua seu curso, nos encontramos aprisionados em nosso próprio estúdio, onde as batidas de um coração solitário se misturam com as notas musicais que ecoam em busca de respostas.
No horizonte dourado o sol se põe,
E a lua prateada o céu encobre,
No universo da rima a imaginação se ergue,
Para criar o melhor poema que já se conhece.
Sigo pelas estradas da poesia,
Com as palavras dançando em sinfonia,
Rimo versos de amor e paixão ardente,
Embalados pela melodia envolvente.
No jardim das metáforas floresço,
Colhendo rimas e versos com apreço,
A rima é o fio condutor da emoção,
Que flui através das palavras da canção.
Descrevo o amor com sutileza e encanto,
Pintando quadros com versos de encanto,
A poesia é a ponte entre o coração e a mente,
Que toca a alma e faz vibrar eternamente.
Verso a verso, teço histórias no ar,
Com rimas que voam e me fazem sonhar,
O poema é a voz da minha alma inquieta,
Que busca expressão nas palavras completas.
Nas asas da poesia, viajo pelo infinito,
Rimando sonhos, desejos, dores e mitos,
O melhor poema do mundo não pode ser contido,
É a liberdade da alma, o voo mais atrevido.
Então aqui está, meu poema rimado,
Uma pequena parte do meu mundo, dedicado
À arte da palavra, à beleza do verso,
Que ecoa no coração, transborda e me atravessa.
No grande jardim encantado
Onde os sonhos vêm brincar
Uma criança sorriu,
E começou a criar.
Com as mãos pequeninas
E a imaginação a explodir
Foi pintando versos no céu,
Feitos de nuvens a sorrir.
No primeiro raio de sol,
Nascia o poema a brilhar,
Para o mundo encantar.
As palavras eram sorrisos,
Que saíam do coração,
Alegria em cada verso,
Transbordando emoção.
Lá no alto do firmamento,
A menina brincava de ser sol,
Espalhando raios de luz,
Pintando o horizonte do arrebol.
Com tintas de arco-íris,
E pincel de lua cheia,
A criança desenhava poesia,
Numa dança linda e alheia.
Versinhos de passarinho
Sussurrando ao pé do ouvido
Voando pelo vento
Em melodias de sentido.
Era um mar de fantasias
Que a menina navegava
Que rios de pura alegria
Onde qualquer sonho entrava.
Na nave espacial da imaginação
A criança viajava pelo universo.
Descobrindo constelações de palavras
E plantando sorrisos em versos.
No reino das brincadeiras
O poema ganha vida
E tudo era possível
Na caixa de surpresas colorida.
Com o cheiro de terra molhada,
E a dança das flores no ar,
A menina transformava o mundo,
Num imenso poema a brilhar.
E assim, entre risos e abraços,
A criança escreveu sua história,
Com as letras da inocência,
E o amor como grande glória.
Pois foi uma criança quem criou
Esses versos tão singelos,
E com sua doce magia,
Fez uma poesia ressoar versos belos.
E quando o sol se pôs,
A criança adormeceu,
O poema ficou guardado,
No coração de quem leu.