A Academia Espírito-santense de Letras, no dia 04 de setembro, deste ano, completa 99 anos, e no próximo, portanto, será o seu centenário.
O sol na verdade brilha,/ depois que uma noite passa.” (Pe. José de Anchieta). Com essa epígrafe foi anunciado o edital para um convite a todos os membros da Academia Espírito-santense de Letras (AEL) participarem da antologia Torta capixaba III, com um conto, uma crônica ou uma poesia, com temas relacionados à cultura, história, arte, turismo e outros temas afins, relativos ao Estado do Espírito Santo em qualquer época e, principalmente, no ano que antecede o centenário da instituição. Esta publicação da AEL, em formato eletrônico, no site da instituição, se deve à colaboração do acadêmico Pedro José Nunes e corresponde a uma prévia para a comemoração do centenário da Academia Espírito-santense de Letras, em 2021.
Este livro, a critério da Academia Espírito-santense de Letras, poderá ser também disponibilizado em outras plataformas digitais. Nele os acadêmicos participantes revelam seu fazer crítico e poético.
O objetivo de sair esta tão pronta produção foi uma manifestação de todos os acadêmicos da importância de uma celebração prévia do centenário desta instituição, num período de pandemia pelo novo coronavírus, que impossibilita celebrações públicas. Assim, esta publicação é uma forma de reconhecer que há uma possibilidade de um recomeço, de um novo “brilhar” do sol da alegria, da união fraterna, para uma celebração representativa do centenário em 2021.
A AEL é a segunda entidade cultural mais antiga do Estado do Espírito Santo. Sua fundação aconteceu no dia 04 de setembro de 1921, sendo a primeira o Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, fundado em 1816. Em 18 de julho de 1937, a AESL foi reorganizada e filiada à Federação das Academias de Letras do Brasil. Sua sede é em Vitória, ES, na Cidade Alta, na casa do Prof. Kosciusko Barbosa Leão. A finalidade da AEL é o cultivo da língua nacional e das Belas Artes, dentro do espírito de fraternidade que vincula o ES aos demais estados brasileiros e países do mundo. Sua logomarca é o convento da Penha, no meio de folhas de louro e o lema latino Semper Ascendere.
Na variedade dos textos da obra Torta capixaba III encontram-se “Amâncio Pereira, o Pestalozzi capixaba”, texto ensaístico de Francisco Aurélio Ribeiro. Com ele o autor procura resgatar a memória de Amâncio Pereira (1862-1918), patrono da cadeira nº 5 da AEL, professor, jornalista, historiador, escritor eclético, que “participou da vida cultural de Vitória em toda a sua existência e formou uma geração de capixabas amantes da história e da cultura do Espírito Santo”. Também, encontra-se o texto “Os nossos braços não são fracos”, de João Gualberto Vasconcellos, que analisa a história do Espírito Santo, partindo da demonstração da potência do império português à sobrevivência da Capitania do Espírito Santo, e solicita “um novo olhar” valorizador de nosso Estado.
Mas, esta antologia traz poemas de Fernando Achiamé, Ester Abreu, Jô Drumond, Oscar Gama Filho e Pedro Sevilla de Juana; um conto, “A pedinte de Jaén”, de José Arrabal, ensaios e crônicas, algumas poéticas, de Álvaro José da Silva, Anaximandro Amorim, Getúlio Neves, Humberto Del Maestro, José Roberto Santos Neves, Marcos Tavares, Maria das Graças Santos Neves, Pedro J. Nunes, Neida Lúcia Moraes, Santiago Montobbio.
Maria das Graças narra as peripécias para a confecção de uma torta capixaba em Paris e Anaximandro relembra a primeira antologia de Torta Capixaba, que contou com onze escritores e membros da Academia Espírito-santense de Letras: Augusto Lins, Beresford Martins Moreira, Christiano Ferreira Fraga, Eugênio Sette (que faria parte da Academia após a publicação), Eurípedes Queiroz do Valle, Geraldo Costa Alves, Guilherme Santos Neves, José Antônio Rui Côrtes, José Paulino Alves Júnior, Nelson Abel de Almeida e Renato Pacheco. Esse volume foi editado na década de 50, publicado pela antiga editora Âncora.
Como um colofone da obra, completando temáticas de poemas sentidos e de crônicas que manifestam admiração e pesar pelo poeta recém-falecido Sérgio Blank, que no cantar de Adilson Villaça “No dia 21 de julho ele tomou sua lira/ incendiou os versos depositados no olhar,/ despediu-se sem dizer nada, nada, nada, nada/ porque tudo já estava dito”, seguem declarações deste poeta e o poema “Risque meu nome do mapa”.
Eis aí textos para serem lidos não só durante a pandemia do coronavírus, que esperamos que passe, mas também para serem lidos em tempos radiantes de tranquilidade e saúde.
Com esta obra a Academia Espírito-santense de Letras pretende iniciar a comemoração dos cem anos de sua formação, nos seus noventa e nove anos de existência e produção cultural no nosso Estado.
Vitória, 04 de setembro de 2020.
Ester Abreu Vieira de Oliveira
Presidente
Adilson Vilaça: Réquiem Blank Blue
Álvaro José dos Santos Silva: Resposta adequada
Anaximandro Amorim: A primeira torta
Ester Abreu Vieira de Oliveira: Ingredientes para uma torta literária
Fernando Achiamé: Outros ingredientes
Francisco Aurélio Ribeiro: Amâncio Pereira, o Pestalozzi capixaba
Getúlio Neves: Azul, poeta, acadêmico sutil
Humberto Del Maestro: Infância
Jô Drumond: Encantos do litoral capixaba
João Gualberto: Nossos braços não são fracos
José Arrabal: A pedinte de Jaén
José Roberto Santos Neves: Maurício de Oliveira, um mestre erudito e popular
Marcos Tavares: Certos casos tortos
Maria das Graças Neves: A torta capixabesa
Neida Lúcia Moraes: O visível e seu invisível
Oscar Gama Filho: A passageira do silêncio e outros escritos
Pedro J. Nunes: Meu encontro com Geir Campos
Pedro Sevylla de Juana: O meu sonho capixaba
Santiago Montobbio: Porto Lisboa Poesía
Sérgio Blank: Postagens retiradas do Facebook
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